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Foto do escritorIrina Marques

Deficit de atenção e Hiperatividade II

Escrevo dirigido a qualquer leitor que imagino que tenha mas não os tenho. De acordo com as estatísticas, os meus posts praticamente não são vistos por ninguém. Porque insisto em escrever? Reformulo: Porque é que sempre escrevi?


O outro dia apercebi-me também que já não ponho os pés no facebook e instagram já faz um tempo.


Neste mundo de excesso de informação que facilmente saltamos de lado para lado já pouco nos atinge, muitas das vezes apenas quando é dirigido a nós ou sentimos na pele.


Tenho uma mente muito activa, para me fixar em qualquer coisa é necessário que essa situação me cative, senão facilmente divago para outra coisa qualquer - tenho inúmeras obras que atestam esta minha condição - foram deixadas a meio por falta de interesse.


Há pouco tempo aprecebi-me de novas situações em mim - excesso de informação e notificações levam-me ao desinteresse. Coisas importantes como ir ao email, responder a alguém tem ficado na minha panóplia de coisas a fazer (que nunca são feitas).


Abro qualquer aplicação social e vejo a vermelho a quantidade de notificações que tenho para ler - perco logo o interesse, desligo e não leio nada. O problema disto tudo é que lá no meio encontram-se assuntos importantes que são relativizados.


Sou facilmente distraída por qualquer coisa e se me foco em determinadas situações perco a energia para outras. Esqueço-me de aniversários, de dias importantes, de o que tenho que fazer, do que fiz, do que preciso, de respostas, de situações e, a coisa boa de ser assim esquecida é que não guardo amarguras e rancores, a coisa má, é que facilmente as situações se repetem e magoam porque eu esqueci. Quando assim é, corto o mal pela raiz, e deixo completamente de querer saber.


Já tentei por post-it, imans no frigorifico, mensagens gigantes em sítios que passo diariamente para me lembrar de algumas coisas, o que acontece é algo caricato - em vez de me lembrar passa a fazer parte da decoração, e então adio, adio adio....


Houve uma altura na minha vida que (talvez por egoísmo, talvez pela medicação receitada, talvez…) que me sentia no centro do universo, hoje em dia, vivo na sua periferia e de preferência na minha própria rotação. Gosto de passar despercebida e quando tenho uma qualquer atenção, que ela seja genuína e não por cortesia.


Comunicação Inquietante

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