Sou uma pessoa que adora criar, associar novos pensamentos, estudar, procurar, pesquisar, conhecer, viver... e até aí tudo bem.
Mas estas características trazem-me uma grande dificuldade - arrumar a minha cabeça. Sim, conforme o leitor vê aqui no blogue, um dia encontro-me a falar sobre poesia, outro sobre arte, outro sobre contos, outras vezes sobre a minha vida, fotografias, música, pintura...
A sensação é mesmo esta, começar com enorme entusiasmo algo, mas no dia seguinte quero dar continuação e não consigo, todos os meus textos, poemas e artigos ficam inacabados e sem qualquer qualidade. E por vezes tento pegar em todos os meus pequenos fragmentos espalhados por inúmeros documentos e folhas escritas, mas o "estado emocional" já não é o mesmo, releio o que escrevi e as coisas já não me parecem bem. Sei que luto muito com algo chamado perfeccionismo, o engraçado é que não o espero das outras pessoas, mas apenas de mim. Sou competitiva comigo mesma e só.
A minha imaginação voa tão alto que quando me quero assentar, já estou perdida em pensamentos. Mesmo para escrever estes textos para blogue, eles são escritos na hora, não consigo andar a programar o que vou dizer amanhã ou acrescentar, não, saí tudo no dia e hora. E aproveito as minhas manhãs, que é quando o meu cérebro está mais calmo, para tentar escrever.
Já várias pessoas disseram, generosamente, que eu deveria escrever um livro. Mas como posso escrever um livro se tenho esta mente completamente distraída e que vive no mundo das nuvens utópico? Se tenho facilidade em me expressar? Não sei, para mim é algo corrente, fluido, despido, sem sentido algum.
Tudo me desperta a atenção e quero conhecer tudo, o problema encontra-se quando tenho que por as coisas em papel, tenho inúmeras anotações e tudo me parece fraco, inacabado, sem sentido é uma sensação frustrante. Parece que os meus melhores textos me saem em rompantes, são escritos rápidos, mas quando tento fazer algo a longo termo não consigo elaborar. Apenas a poesia, essa, sai escrita na altura, solta-se e vai... E se quiser criar uma compilação poética, é concretizável.
Se me encontro a escrever um conto, ele sai todo de "rajada" e até que consigo dar continuação no dia seguinte, mas, passado esse tempo é como se perdesse o entusiasmo. E não, não se trata de querer tudo aqui e agora ou ser impaciente. É mesmo a minha mente que se movimenta à velocidade da luz e quer aprender, conhecer - sonhar, soltar... movo-me num mundo de mil ideias consecutivas, constantemente.
Hoje impus para mim que iria-me aventurar a escrever um livro quer tenha jeito, quer não, apesar de ter em mente que não tenho muito jeito para a escrita, mas vou tentar, vamos ver no que isto vai dar... ele provavelmente nunca irá ver a luz do dia (que é o que acontece com grande parte dos meus escritos), mas não custa tentar.
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