São libertações que envolvem
percorrem e cercam o meu ser.
Movem-se nos hemisférios
passam fronteiras
pregam rasteiras
contornam as cordilheiras
dos próprios contornos
envolvem e dissolvem
em frestas e fissuras
desenvolvem a ideia
da lógica e imaginação.
Propício à criação.
Ah! Doce tentação!
Guardo no meu pequeno bolso
o meu vermelho rebelde
às vezes quando exprimo-me
penso em o soltar, libertar.
Não agressivo, mas guerreiro
não perigoso, mas expressivo
emotivo que se move a paixão
que pulsa do batimento
do meu coração.
Uso, não abuso
nas folhas está contido
espaço que é permitido.
Empurra o cinza
contido nas sombras da idade
alegra a minha face
de constantes observadas.
Tem toque ligeiro
envolvendo e contorcendo
sentido e vivido
anima uma pulsação
dor energética
num pequeno fogo
que se acende em mim
e ilumina o nosso olhar.
Depois de o soltar
volto a guardar.
Este, divertido e atrevido, dorido
meu vermelho rebelde
que a poucos, sei revelar.
Poema escrito e falado por Irina Marques
In Labirintos do Sentir
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