O maestro pegou em sua batuta
e começou a ditar
uma melodia pautada
ele queria tocar.
Toquem estes
aqueles
no som agradável
a se escutar.
Mas eu não acompanhava
e o meu violino
teimava em desafinar.
Questionei o maestro
como poderia actuar
e ele sem entender
disse que ali
não era o meu lugar.
Fiquei triste
e insegura
sem pertença
nem lar.
Tudo o que conhecia
na vida
e dedicação
tinha sido aquele
subjugar.
De maré
em maré
Viajei.
Local
em local
Frequentei.
De tentativas
e erros
me fiz.
Até que finalmente,
após experienciar
soube que a improvisação musical
e não desistindo do violino
era o que deveria
explorar.
Deixei de seguir o maestro
passei a atuar
no meu próprio
pensar.
Agora danço,
toco
actuo
e crio meu balanço,
com a minha vida a ditar
- Irina Marques
- Fotografia e texto por Irina Marques
© texto ao abrigo da lei de copyright
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