Uma breve história
Armanda escreve, que não precisa de muito para se perder, basta uma ponta solta, uma linha torta, um borrão de tinta e o seu imaginário cria todo o tipo de histórias imaginativas e reais, quem saberá?
“Um dia mandei uma carta para o espaço, e do outro lado houve receção, estranhamente a conversa era idêntica nas palavras e forma de interpretação. Mas de tanta comunicação, passaram de frases a palavras, palavras a letras e, já não houve mais atenção. Quisera eu continuar com esta forma espacial de comunicação, mas sem mais interceção, não continuei, sai de mansinho, fechei a porta e no meu mundo, continuei dentro da minha imaginação. O propósito das cartas para o espaço evaporou-se perdeu-se no vácuo. E volta e meia ainda olho a estrela, semente de tamanha eloquência, mas seu brilho não encandeia mais, não prende, é só uma no meio de mais umas quantas estrelas, tecendo um pontilhismo branco no manto da escuridão. Deixei de mandar cartas para o espaço, perdi a vontade de alcançar o compreensível, pois eu, tornei-me na minha própria incompreensão. Agora esse espaço invade-me a imaginação de mansinho e deixa por lá ficar - e como o espaço é tão vasto - uma grande amplitude de estrelas, é só querer ver outros brilhos eles cruzam-se expandem-se à velocidade da luz.
Heis a razão.”
- Por Irina Marques
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