top of page
Foto do escritorIrina Marques

Poema dos pensamentos

Atualizado: 21 de jul. de 2022

Não estou no mesmo sítio, muito menos no mesmo lugar

o que soube ontem, modificou-se por hoje e no futuro quem saberá?

Movo-me muito depressa outras vezes devagar

tudo tem o seu tempo quer nas partidas e nas muitas chegadas

passo por jornadas, cada uma, em seu sentido

olho para mim e sei o que tenho contido.

A minha sombra acompanha-me e mesmo no escuro

sei que ela está lá, assim como as faces que visto

na expressão da emoção, cada tempo, cada lugar.

Viajo na minha imaginação sem contenção

apenas com o intuito de entender remover

a camada da ilusão que criei porque verifiquei

que elas estão lá, nesse circuito que leva ao agir.

E não vou mentir quando digo que não sou boa nem má

sou pessoa como todos e quantas não haverão de mim

não sou ninguém e fico aquém de possuir

todo o conhecimento sobre tudo

erro como qualquer ser humano, ainda não me maquinizei

mas apaziguei os tormentos que me habitam

fiz questão de cuidar do interno

e me manifestar no externo.

Não sei nada sobre o mundo

apenas olho o ser que contido se move a medo

do que quer transparecer

mas passei essa fase e encontro quem me quer entender

a comunicação presente é a forma para se perceber.

Habito o meu imaginário com precaução

pois sei que na linha de transpasse fica aquém a razão

e no mundo de racionalização

tudo tem que fazer sentido

mas quantos sentidos existem? E as realidades são várias.

Vejo o mundo cheio de razão

de ser, ter, opinar, de debater em critérios vincados

lutas de egos não modificados

por pensamento crítico,

mas o que é isso nos dias de hoje?

Pensar, ocupa muito lugar na memória imediata

e eu, que me encadeio em pontos por pontos

soltos e sem ligação movo-me a pensar

numa ou qualquer solução.

As jornadas são pessoais às quais

podemos agregar, acolher ou negar certas partes

da nossa construção, porque nem tudo acrescenta

muito subtrai, e nessas equações vi os resultados

experienciados em primeira mão.

Aprendi a agradecer quem me quer bem

a manifestar a minha genuína emoção

quando ela é acolhida de coração

muitos possuem a mesma dedicação

num mundo de frases feitas e gentes perfeitas

largo a aparência e vejo a transparência.

Posso estudar todos os assuntos

adquirir todo o conhecimento

ler todas as teorias e histórias

mas é na vivência que me movo para a sobrevivência

e continuarei a modificar

o que penso hoje já não tem lugar, no amanhã

porque de novos conhecimentos me compus

mas no meu interno, sei que possuo algo característico

é forte, está vincado, bem mergulhado profundamente

leva-me no meu caminho próprio

que tracei, e esse, não modifiquei

e nele continuarei porque aqui a razão

é forte não se resume á sorte

mas sim à compreensão do ser.

Sou grão de areia, ponto, unidade no meio de outros tantos, silêncio, conceito

apenas serei alguém

para um outro ninguém

além... dos que ficam e dos que vão.

Com palavras pouco me movo, sempre as escolhi mal

reservo-me a escritos contidos em páginas de papel

removo o absurdo e fico com o fundamental

já muito me enganei e modifiquei

para não cair na insanidade

da repetição da ilusão da coincidência ao acaso

que por vezes transgrido

para o meu próprio espaço criar.

Escolho com muito cuidado o meu tempo

porque ele tende a encolher

sei onde o dedico para o futuro colher.

E assim escrevo para o leitor inexistente

mas que sei estar presente em qualquer lugar

para Este continuo a rumar

no meu imaginário habito para o puder criar.


Irina Marques

In Um pensamento, uma mudança

© texto ao abrigo da lei de copyright



Comments


Commenting has been turned off.
bottom of page