"A sequência como adquirimos informação conta."
Este efeito consiste numa distorção da percepção que afecta a forma como as pessoas interpretam as informações sobre alguém que formaram uma gestalt positiva (o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar). O problema pode surgir quando vemos discrepâncias nessa informação que observamos. O efeito halo refere-se à tendência que temos de avaliar um indivíduo com muitos traços devido a uma crença compartilhada.
O efeito halo é uma avaliação de um indivíduo e pode afetar a percepção de uma decisão, ação, ideia, negócio, pessoa, grupo, entidade ou outro sempre que dados concretos são generalizados ou influenciam informações ambíguas. O efeito halo também pode ser explicado como o comportamento (geralmente inconsciente) de usar avaliações baseadas em coisas não relacionadas, para fazer julgamentos sobre algo ou alguém.
Um exemplo é a forma como recebemos/recolhemos informação sobre alguém, se tivermos dois casos idênticos:
- O Bruno é inteligente, diligente, impulsivo, crítico, teimoso e invejoso.
- O André é invejoso, teimoso, crítico, impulsivo, diligente e inteligente.
Iremos ter a tendência para “preferir” o Bruno, apesar de os dois casos terem exatamente as mesmas características, devido ao efeito sequencial que elas são apresentadas, rapidamente criamos uma história na nossa mente. O Bruno é teimoso e invejoso, mas porque ele é inteligente e diligente. No caso do André, sim, ele é inteligente, mas usa essa inteligência de forma invejosa - a sequência com que observamos os factos é extremamente importante.
Este efeito acontece muitas vezes em relações amorosas e não só, quando inicialmente criamos uma “imagem” de uma pessoa, existe uma ideia onde os pensamentos positivos e o efeito halo entram em cena, alguns aspectos que desgostamos podem aparecer, mas geralmente não lhes ligamos devido ao envolvimento que estamos em emoções positivas e todo o recolhimento de emoções sobre essa pessoa põem de parte as situações negativas.
Podemos observar esse efeito noutros casos, em termos profissionais, se a nossa formação foi feita numa universidade prestigiada, adquirimos inevitavelmente características associadas a essa instituição.
Vários estudos indicam que pessoas consideradas atraentes são automaticamente associadas a serem mais simpáticas, mais honestas e inteligentes.
Num grupo de pessoas que discutem um assunto, é bom que as opiniões de cada um sejam tidas em conta, porque normalmente quando um grupo se reúne, ou se expõe um assunto, as primeiras pessoas a opinar sobre esse assunto irão influenciar as restantes opiniões, em algumas pesquisas feitas dizem que “as primeiras impressões contam” e essa, é uma afirmação que é verdadeira. O julgamento dos outros interferem nas nossas decisões, julgamos a partir de uma característica.
Para combater este efeito halo, temos que observar profundamente esta situação das primeiras impressões que temos sobre a pessoa ou situação, e desconstruir ao máximo as narrativas que contamos a nós mesmos para conseguir ver o panorama geral. Porque muitas das vezes, as primeiras impressões que temos, estão sobre este efeito halo e geralmente, estão erradas, afastadas da realidade. É sempre bom, ver além destas pequenas primeiras impressões.
Irina Marques
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