Um facto que acho curioso é a forma como todos nós sentimos as emoções de maneira diferente - existe o apaixonado e o indiferente. Durante muito tempo fiz pesquisas nestas formas de sentir. O que me levou a tal curiosidade? Talvez a forma como as pessoas se expressassem perante diversos eventos.
Um dia mostrei uma obra, dei-a a conhecer ao público, era uma abstração. A obra em si nada dizia sobre ela e apenas constava o título Abstração, coloquei o título propositalmente, nela constavam as cores pretas e vermelhas. Para mim, as obras e períodos artísticos representam fases que passo e me encontro quer pessoalmente quer socialmente a questão é, sem dizer o que ali estava e não fazendo com que o observador tivesse um ponto de partida para o entendimento, o que eles veriam?
Muitas das pessoas que a observaram nada disseram, foi como a obra não estivesse ali, não tocou. E o desinteresse foi tal que nem a história que se encontrava por trás da obra tiveram curiosidade em saber. E a questão não se prendeu a ser aquela obra propositalmente, não, a sua observação pelas várias obras de pintura que se encontravam expostas naquela galeria não lhes provocava qualquer sentimento.
Outras, por sua vez, tiveram uma capacidade de absorção tão grande que contaram a sua própria história naquela pintura, sentiram-na como se fosse um pedaço delas, a obra tocou no coração, queriam comprar imediatamente.
Por norma, e baseado em estudos, as mulheres sentem mais intensamente as emoções positivas e negativas que os homens. Talvez porque os homens não sejam incentivados a explorar a sua veia emocional devido a questões ligadas à cultura. Mas, diferenças sexuais à parte, as pessoas que são mais acrescidas de sensibilidade emocional significa que a mais pequena provocação poderá desencadear verdadeiras tempestades emocionais e, neste caso, podem ser para o lado positivo ou negativo, já quem passa pela vida indiferente quase que não sentem qualquer comoção, mesmo nas circunstâncias mais terríveis.
Irina Marques
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