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Foto do escritorIrina Marques

Artista Plástico XXII

Quando pinto e crio obras tenho diversos tipos de sentimentos. A cada passo em que a obra se constrói passo por emoções mais diversas.


A principio, a novidade, a tela em branco traz-me sentimento de receio e ansiedade. Receio porque eu ou tenho qualquer coisa programada na minha cabeça e sei que provavelmente não a vou conseguir representar exactamente igual à qual imaginei - porque a imaginação interfere no programado. Ansiedade, porque quero muito começar a por a minha ideia em práctica, quero fazer logo tudo e como já se sabe, a criação de uma obra é um processo demoroso e paciente.


Durante o desenvolvimento da obra fico insegura, ora porque aquilo não está a ser bem o que imaginei (mas começo-me a habituar a que nunca é), ora porque falta qualquer coisa. Ultimamente ando num processo de alterar um pouco a minha palete de cores então, fico um pouco em dúvida se estou a combinar bem as cores ou se está a sair uma verdadeira confusão. Ando a libertar-me um pouco das regras coloridas e a aplicar cores como que elas fossem metamorfoses. Onde acaba uma começa outra, sobreposições, aglomerações...


Depois à aquela fase em que olho para a obra e não gosto, o que é muito frequente em mim, não gostar das minhas obras e por norma aqui acontece duas situações: ou vai directamente para a loja de materiais de pintura para trocar a tela ou, fica de parte arrumada até eu lhe achar algum sentido.


Existe ainda a fase da segunda insegurança que é, não estando segura se estou a gostar ou não, peço a opinião a alguém próximo que por norma diz que gosta mas mas eu não contente com a opinião faço comparar com obras antigas e as preferências são sempre um outro período qualquer meu.


Por último, como um outro pintor já referiu: Eu não termino as obras, eu abandono-as.

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