Entrar numa loja de materiais de pintura para mim é como o sentimento de uma pequena criança a entrar numa loja de brinquedos. Demasiado tentadora. O problema é que já não sou uma criança e tenho que entrar em balanço entre telas vendidas e o que realmente devo comprar. Olhando no panorama geral apetece-me levar tudo.
Hoje tive mais uma investida à loja de pintura e trouxe um peso considerável de quadros, peso esse que o Francisco distribuiu entre duas sacas improvisadas feitas com plástico. Eu não moro longe desta loja - o que por si só é mau parar mim - quando se tem um vício, que no meu caso é a pintura, ter o fornecedor desse vício mesmo ao lado de casa é a desgraça do artista.
Portanto, conforme dizia, adquiri um numero considerável de telas e trouxe-as para casa. Foi um esforço incrível nos braços e sinto-os neste momento a tremer.
O problema - eu quero trabalhar mas como os meus trabalhos requerem delicadeza não consigo estagnar os meus braços e eu desconfio que hoje durante o dia isto vai predominar. O meu traço não saí uma recta mas sim uma palpitação cardíaca.
Arte criada por impulso junto com palpitação, será uma experiencia, deveras, bonita.
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