Há cinco anos atrás resolvi-me dedicar solenemente a um hobbie que tinha desde nova, uma carreira que deixei de seguir por seguir uma derivada. Mas ficou sempre aquele gosto e pulsar que deveria ter seguido aquele sonho. Segui, aspirando ser artista plástica.
Em 2018, por volta desta altura do ano, foi-me diagnosticada uma depressão profunda, daquelas que o próximo passo seria acabar com a minha vida - algo que não o fiz por me lembrar constantemente de uma amiga que o fez e que nunca falou de si nem de seus problemas. Ela, foi uma referência para mim, que me acompanha sempre no meu coração, como algo a não fazer.
Procurei ajuda, pois tinha grandes dificuldades em tudo, raciocinar e cuidar da higiene estavam nesse rol. Perdi o interesse e vontade de tudo.
A arte: pintura, poesia, escrita, expressão, etc... Resgatou em mim a minha vida novamente, foi como se voltasse a viver, deixando para trás quem já não era, e construindo quem queria vir a ser. Alterei histórias passadas, fiz pesquisas e revisões, reformulei, questionei e transformei.
Hoje, considero-me artista. Não porque toda a gente ao meu redor afirma o mesmo, mas por fazer da arte a minha profissão, a minha vida, a minha dedicação. Hoje, afirmo ser alguém que resgatei, alguém que deveria ter sido. Hoje crio arte com o intuito de fazer pensar, questionar, resgatar o que no interior reside de cada um de nós.
Irina Marques
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