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Foto do escritorIrina Marques

Artista Plástico IV

Atualizado: 2 de dez. de 2024

Comecei a escrever estes posts sem ambição nenhuma apenas para colocar em palavras algumas das minhas técnicas e falar um pouco sobre mim - eu, sou uma artista plástica no meio de milhares de artistas plásticos que nem todos sentem/veem/são iguais a mim. Podemos tocar em alguns pontos em comum mas cada pessoa é uma pessoa individual com suas histórias e métodos de abordar as artes.


Registo estes pequenos textos e no fim sinto-me aliviada porque fui o mais honesta possível e explico como abordo a arte e os temas artísticos. De momento não vejo o objecto artístico como algo concreto é como se o meu olhar se prendesse a algo periférico não concreto. Todos os dias sou inundada de milhões de imagens ora reais do dia a dia ora de plataformas onde sigo outros artistas - instagram e pinterest são plataformas muito convidativas ao olhar. O que me acontece nestes meios visuais é algo muito interessante é absorvo um sem numero de imagens e o meu olhar não se prende a nada ao final desta observação tenho imensas ideias. Aqui poderia-se cair no erro de pensar "ah e tal vai copiar o que viu" mas este pensamento não poderia estar mais longe da realidade.


Olhando e vendo com olhar periférico um sem numero de imagens num espaço de tempo muito curto que nem dá para as absorver fica-se com um "resumo" a mente extrapola facilmente criando um festival de novas ideias que colapsam e colidem umas com as outras e a ideia aqui é passar rapidamente para uma folha o panorama geral. Depois de o fazer, criar outras composições com esse panorama geral, novas narrativas, novos estratagemas, modificar a disposição - isto acontece em dias que o meu cérebro se encontra calmo e racional.


Tenho um outro tipo de abordagem á obra aquela expelida no momento por impulso, e não vou mentir quando digo que maioritamente as minhas obras são assim - impulsos criativos. Sem estudos. A obra vai-se criando na tela todos os dias em que vejo a sua composição ser elaborada lentamente. Portanto pinto e depois tudo em volta se desenvolve - a abstração cria-se. O objecto e forma primaria entra em dialogo com as restantes que vão surgindo naturalmente e eles tocam-se, fundem-se, ganham vida própria, chateiam-se, absorvem-se...


Esta, para mim, é a melhor maneira de criar. Tendo em conta que tenho um cérebro muito criativo que começa a desenvolver um trabalho e passado dois dias estou a ter novas ideias e não quero acabar o que estou a fazer. Se a obra ganhar vida própria eu mantenho-me activa e participo na criação.


Eu funciono por estímulos e saber que todos os dias construí mais qualquer coisa na obra é gratificante. Com isto faço registos fotográficos (só para ter a certeza que a obra realmente cresceu). Preciso sempre de uma gratificação ao final do dia senão perco o interesse e ver a obra ganhar vida é algo estimulante. A obra desenvolve-se por si só.

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