É uma nova fase, um novo estilo este estou a passar. Largo as inquietações e seguro-me à fantasia. Confesso, a título de curiosidade que um livro que me ajudou a desenvolver uns novos tipos de abordagem foi ter relido A História Interminável e toda a saga de o Sr. dos Anéis, e seria de mentir que o Duna me tenha ajudado um bocado, embora este ultimo com muito menos influencia que os anteriores. Ler, expandir novos horizontes, livros que nos façam sonhar, imaginar e com isto tudo criar.
Talvez as minhas abstrações venham estas ideias, estes bichinhos que se criam na minha cabeça. Talvez nem tenha nada a ver. Talvez seja Kandinsky a sussurrar-me ao ouvido com o seu Espiritual na Arte ou ainda com o Ponto, Linha, Plano.
Talvez seja muito tempo de observação de nuvens ou até do mar do sul (calmo) e do norte (bravo). Talvez seja os trilhos e caminhadas que faço em que o meu cérebro processa novas informações, medita em certos assuntos.
Talvez seja a privação de internet que me tenho vindo a sujeitar desde há uns tempos para cá.
Talvez por deixar errar e forçar a errar para daí adquirir aprendizagem. Todas as escolhas são válidas e não precisamos ir sempre pela porta A por ser o caminho seguro, podemos tentar as restantes e ver o que nos aguarda e, por norma, são outras aberturas fantásticas.
Não consigo dizer ao certo de onde está a aparecer esta nova fase, o certo é que me está a acompanhar com mudança de personalidade. Existem coisas que já não me incomodam, muita coisa mesmo, passei a ser indiferente ou a contornar a coisa de outra forma - criativamente. Certas inseguranças começam a ficar para trás e cada vez mais surgem-me universos infinitos de possibilidades.
Em todas estas ocasiões uma presença constante - a música. Os meus estudos em violino, o ouvir novas musicas, os novos ritmos.
Engraçado como a minha mente procura sempre denominadores comuns - novidade e gratificação. Quando aprendes a trabalhar com o teu cérebro com deficit de atenção e hiperatividade as coisas começam a ganhar e tomar novos caminhos. Já identificas os teus "momentos" já sabes como os abordar, o que funciona para ti. E tudo isto está-se a refletir na minha arte.
A abstração está contida no meu cérebro e é tudo fruto de inúmeras coisas que vejo e imagino, que junto e componho, que adiciono e retiro, que cruzo e invento, que vi e que esqueci. Falar desta nova fase em que me encontro é estranho, talvez por já começar a ter outra maturidade mas conservando sempre esta pequena criança muito imaginativa que sempre fui.
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