De tempos em tempos
a sombra deixa de me acompanhar
deixa de seguir os meus passos
Toma posse de mim,
mergulho em depressões.
No Inverno, a dita e sitada sombra
permanece dentro do meu corpo
os meus movimentos são estagnados
a criatividade acompanha a estagnação.
Ela, a sombra não me deixa fazer nada
deita-me defeitos, critica-me
e eu nem a consigo ver,
Está dentro de mim.
No Verão há uma espécie de despego
a sombra bate no chão e não está em mim.
Contudo, ela persegue-me para todo o lado.
Mas já não toma posse de mim
deixando-me ao critério
a imaginação e voos criativos surgem
constantemente e sem fim
rosando o limiar da loucura.
As mais estranhas histórias
as mais disparatadas ideias
os contos e narrativas impossíveis
aparecem por todo o lado
sinais da vida.
Pontuações mal colocadas
figuras distorcidas.
Entre estes contrastes o entusiasmo surge
e desvanece - seja Inverno ou Verão
as estações e assombrações vêm e vão.
A ideia bonita que logo se torna massacrante
O efémero
e sua impertinência.
E a sombra que em mim habita
que se pega e despega.
Contrastes.
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