Tenho a sensação que te vi
sim, eras tu,
a tua forma de ser
os teu gestos
os teus gostos
aquela forma de estar
toda a minha imaginária de ti
estava ali mesmo ao meu lado
tão perto.
Não te falei
deixei-te falar
quis ter a certeza que eras tu
e na frase surgiu o teu nome.
Olhei-te de relance
e a determinada altura observámos
o mesmo ponto luminoso lá em cima
quis-te dizer tanta coisa
mas as palavras escorreram-se
entre os dedos,
que tentei ancorar na fala
escaparam-se ao momento.
Fitamo-nos
mas nem tu nem eu dissemos
o que queríamos ouvir
apenas apreciamos aquele momento
um momento de sonhos acordados
onde a lua e o sol se intercetaram.
Eu vi-te,
eras tu
não te saberia dizer
se noite, se dia
alvorecer
sei, que eras tu.
Irina Marques
In coincidências
Texto ao abrigo da lei de copyright
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