Inicialmente, Inês, quando aprendeu as primeiras notas ficou fascinada, contudo, um pouco assustada também. Era um instrumento cheio de posições "contra-natura" - ora tinha que dobrar o braço ali, ajustar o arco aqui, mexer apenas a mão para o deslizar nas cordas e, acima de tudo tinha que sentir as notas, porque não havia nenhum traço que lhe dissesse onde estava a colocar o seu dedo nas cordas. Lembra-se perfeitamente desse sentimento de frustração. Mas todos os dias, tentava, treinava mais um pouco, corrigia a sua posição, não se sentia obrigada a nada por isso fazia de bom grado.
Nos primeiros meses, Cristina elogiava-a, dizia que tinha grande empenho e vocação. Como em tudo na vida, que se dedicava com muito amor e paixão, as coisas corriam bem. Sempre fora assim havia certas coisas na sua vida que não queria saber de todo (embora tivesse o conhecimento sobre elas, também sabia que não as podia mudar) enquanto outras, fluíam de um jeito muito natural quando gostava não sentia que estava a forçar nada apenas, cada dia a melhorar mais um pouco. E dedicava-se com vocação.
A sua paixão cresceu tanto que um determinado dia o seu colega com que tocava, apresentou, a Cristina, um violino que tinha comprado. Era um violino antigo, muito antigo, o qual ele dizia ter cerca de cem anos. Logo lhe despertou interesse, tinha um certo fascínio por coisas antigas, sentia sempre algo de místico e misterioso objetos que tivessem tantos anos, havia sempre muitas histórias para contar. Essas peças tinha passado por anos e anos de situações, pessoas, utilidades... Quando soube a idade daquele violino, ficou logo a namora-lo. Esperou que a sua professora desse o seu parecer.
Musicalidades e Sonoridades
Irina Marques
Comments