Ao analisar o violino, Cristina, achou-o fascinante, um som acústico muito característico, forte. Reparou também o instrumento tinha sofrido um acidente, um restauro na localização da alma. Logo, só esse simples factor, fazia desvalorizar o objecto em questão.
O seu colega perguntava à professora se não o queria para si, ou então, por quanto o haveria de vender. Inês, ficou interessada e á espera da resposta.
A sua professora dispensou a proposta e disse ao seu colega que aquele instrumento era um exelente instrumento mas devido à sua rachadela e restauro, tinha desvalorizado. Se ele o quisesse vender que quinhentos euros seriam suficientes. Provavelmente com os anos o som haveria de se deteriorar pois uma intervenção na alma do violino era grave.
Inês foi para casa, depois dessa aula, e ficou a pensar sobre a situação. Qualquer coisa havia a fascinado naquele violino, era como se algo tivesse falado com ela. Na altura, e no decorrer da semana, não parava de pensar nele. De tal forma que convenceu os seus pais que iria seguir o conservatório e gostaria muito de ter um violino decente para a sua carreira. Foi assim que começaram as suas ideias que iria seguir música e não o curso que estava a estudar para seguir. Houve qualquer coisa naquele violino antigo que lhe disputou um sentimento estranho que ela própria não conseguia descrever. Um misto de fascínio com superação e activou inconscientemente a sua competitividade consigo própria.
Sabia que aquele violino não haveria de durar muito mas, o som era limpo, ecoava pelo espaço. Era como que uma voz saída do instrumento a tivesse a tentar. E essa voz a permanecesse a massacrar no seu dia a dia. Cada vez que pegava no seu violino para treinar, o seu pensamento ia algures.
Com o tempo, lá conseguiu convencer os seus pais a oferecerem-lhe o violino. Numa aula questionou o seu colega se já o havia vendido, ele respondeu que não. Ela ficaria com aquele objecto, que para ela, se iria tornar precioso. O seu colega, devido a conhece-la, também lhe fez um preço menor, tendo em conta que já havia sido restaurado e que com o tempo iria desvalorizar porque perderia qualidade sonora. Mas isso não a demoveu de o adquirir e a partir dessa altura, dedicou-se com afinco a aprender mais e mais. Sempre havia sido uma estudiosa, especialmente quando os assuntos lhe interessavam - agora iria-se dedicar plenamente ao seu violino.
Com o tempo a sua qualidade musical melhorou substancialmente. Não sabia dizer se era ela que se havia empenhado mais ou o seu novo violino com sua bela sonoridade. Num ano, cresceram juntos, numa pareceria musical.
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