No meio de divagações do meu ser introspetivo, pinto, ouço atentamente um legado de músicas. Começo o meu treinamento, para por em prática as novas aprendizagens, que me irão levar a mundos abstratos.
De acordo com estas abstrações terei que retirar o máximo das sensações que a música me irá despertar e traduzi-la em algo composto por linhas, traços, pontos, cores, formas, o que eu sentir de alma, o que está lá dentro.
Para isso, sirvo-me das tecnologias atuais, sem outra alternativa, escolho aquela que é composta por sons de classicismos, porque serão elas que me irão desenvolver tais sensações das quais já estou a usufruir.
Deixo-me levar, embalar, sentir - força, dança, dor, felicidade, tristeza, tranquilidade. angustia, prazer - emotividade ao mais puro dos seus limites. As cores - amarelos, laranjas, azuis (ah os azuis), verdes, e os duros vermelhos - o preenchimento destas emotividades.
Vejo pessoas a dançar, relacionamentos a serem acionados, paixões a serem alimentadas, corações a serem quebrados, públicos a divertirem-se, teatros, danças, trocas de sorrisos, canções a serem compostas, mãos a serem dadas, paisagens a serem criadas, retratos a serem construídos - tudo através de construção de linhas, pontos, riscos, cores, bolas, manchas - dilema de como por isto em abstração ao som de música.
E de repente uma interrupção, uma música, que não era suposto ali estar The Music of the Night - Andew Lloyd Webber's. Oiço-a atentamente, lembro-me de recordações passadas e maravilhosas, e lança-me novas ideias, formas de contornar a questão anterior. Vamos só representar o som não a figura não vamos cometer o erro dos cubistas.
Ao final da musica, tudo passou, volto ao classicismo, Moonlight Sonata - Beethoven, volta a fazer com que eu idealize a tela escura de onde nascem linhas brancas manchas cinza e pontos que se fundem, linhas que correm e escorrem lenta... lentamente...
"O artista deve treinar não apenas seus olhos, mas principalmente sua alma."
- Wassily Kandinsky
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