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Foto do escritorIrina Marques

Processos criativos, visitas

Percurso


Às vezes viro as páginas da minha vida com muito cuidado, visito cantos e recantos, contos e narrativas e observo - muito mudou. Manuseio essas folhas e recortes com extrema paciência e compreensão. Especialmente as inseguranças e dúvidas que a determinadas alturas podem ser avassaladoras. Somos seres em constantes mudanças, passamos por determinadas fases e muitas situações são deixadas para trás e ficam lá para trás.

Hoje, nas minhas incursões ao passado visitei textos sobre incerteza e insegurança que tive. Talvez porque quando decidi que iria seguir um sonho não me achasse merecedora de sequer tentar. Faz exatamente cinco anos que me dediquei profundamente às artes plásticas, na altura em que o decidi fazer fui assombrada por todas as minhas inquietações (como as gosto de chamar com muito carinho), na altura fiz um ou outro registro escrito.


Escrevi um texto quando a pintura passou a fazer parte do meu quotidiano, das minhas rotinas diárias, o curioso é que para mim, a pintura, não é uma rotina pejorativa, foi algo terapêutico, algo que desde 2018 me acompanha todos os dias e que sinto que faz parte da minha vida, do meu dia a dia. As tintas, pincéis e as telas resgataram-me de um período muito sombrio da minha vida.


Finalmente reencontramo-nos novamente,

Como tinha saudades da fusão da nossa existência.

O cheiro bruto das cores, das tintas,

Parece que cada um tem o seu próprio aroma e disputa seu próprio sentido.

Tudo faz mais sentido,

Só assim é que faz sentido, este é o sentido, isto é sentido.

Não são autorizadas distracções,

Este é o nosso momento, aquele, ao qual dedico toda a minha vocação.

Crio-te pelo simples prazer de criar,

De ver surgir, aparecer, manifestar, tu preenches-me, és parte de mim.

Um toque cuidadoso,

E tu, timidamente, vais-te definindo e completando.

Vamos continuando a nossa aventura,

Eu, tu, pincéis, cores, telas... ver até onde a aventura nos leva.

Hoje não há mais

Até amanhã


O reencontro entre artista e obra.

Irina Marques

26.06.2018


Logo de seguida invadida por as minhas duvidas e inseguranças surgiu, no mesmo dia, outro texto. E logo, logo retifiquei a publicação anterior que troquei a palavra artista por aspirante a artista.


Hoje, escrevi um pensamento onde me denominava de artista. Na altura, continuei a pintar, a deixar fluir a minha felicidade para dentro daquela pequena tela preta banhada a linhas prateadas e só quando parei, pensei no que escrevi.

Estava tão entusiasmada que, sem querer, perdi noção da realidade. Humildemente o máximo que sou é aspirante a artista e sinto-me um pouco envergonhada e embaraçada por momentos ter empregado, em mim, uma categoria que não me pertence. Tive que corrigir o tema, e esclarecer para aqueles que o leram que foi um lapso devido ao furor do entusiasmo.

Vergonha, de ter dito o que não devia, tanta gente que lutou uma vida inteira para ter direito a tal merecido título. Estudaram, lutaram, passaram pelas piores circunstâncias, dedicaram suas vidas. Sou uma simples e humilde aspirante, que também irei lutar e aprender mas, não o sou ainda, ou, veremos se alguma vez o serei.


Serei?

Irina Marques

26.06.2018


Sempre desenhei e pintei, desde que me conheço, no secundário segui a vertente de Artes, onde aprendi inúmeras técnicas de sombreado, perspectiva, corpo humano, volumes, geometrias, pintura livre e também a pintar com diversos materiais desde acrílico, aguarela, óleo, pastel, carvão etc…

Desde o final do secundário até 2018, guardo poucos registros das minhas produções porque tinha por hábito oferecer, sempre que criava algo novo dava a amigos, conhecidos e familiares. Mas nunca deixei de desenhar, durante um período ficou hibernando esta minha veia criativa. Pontualmente criava e dava.

Em 2018, não era artista plástica, estava iludida com o ser. Incrivelmente havia espaços que me pediam os meus desenhos mas não tinha nada para mostrar. Como poderia expor se todos os meus trabalhos estavam espalhados e até á data era considerado um hobbie e não profissão? As coisas mudaram drasticamente com um pequeno episodio que se passou, mas essa história ficará para uma outra descrição.


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