Tic tac, tic tac, tic tac...
O tempo do metrónomo dita quando certas notas tem que entrar mas… tic tac, tic tac,... ele distraí-me.
Kanon de Pachelbell, todas as notas têm que entrar no tempo certo e logo de seguida dar espaço às restantes, removo o metrónomo. As coisas começam-se a compor.
A partir daí, sem ligar às ligações dos arcos, se a nota è com o arco para cima ou para baixo, a melodia forma-se no ar e percorre os compartimentos do apartamento.
Mais tarde alguém me diz “estás a tocar bem” mas cá dentro sei bem que não estou. Tenho um grau de exigência comigo que não sei onde o fui buscar! Tudo o que faço ou fica incompleto ou mal feito, nunca é do meu agrado.
A minha mente facilmente se sobrecarrega com coisas ínfimas. Tento descontrair afastar-me de obrigações, regras e outras situações.
Tic tac, tic tac, tic tac… e quando não há assunto, falamos do tempo.
Irina Marques
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