Há exactamente um ano atrás, estava a chegar a Santiago de Compostela, depois de uma longa caminhada de quase 150km que levaram seis dias a fazer.
Porque é que o fiz?
Não há uma justificação credível, não foi por fé nem promessa. Foi algo completamente diferente. Dizem que todos os peregrinos têm lá suas razões e eu, não fugindo à regra, tenho as minhas. As quais permanecem em segredo e assim ficarão.
O que significou para mim?
Eu costumo dizer que houveram dois momentos que me marcaram muito na minha vida. Um, foi o voo de balão na Capadócia, o outro, o caminho de Santiago. Algo em comum - abriram-me horizontes. No primeiro caso, exteriores já no segundo, interiores e exteriores.
Se o faria novamente?
É claro que sim! Foi preciso alguma preparação e isso seria algo que teria que investir novamente. Logo quando acabei e cheguei a Santiago pensei "isto foi uma loucura", hoje penso que a voltaria a fazer. E farei.
Hoje, dirijo-me a Santiago, não a pé mas de carro. Não por promessa ou outra razão mas por lembrança. Por pura coincidência fruto do acaso. A viagem é outra, uma road trip até à Corunha mas não podia deixar de passar na cidade que me marcou tanto, pela qual nutri um carinho.
Muito conversei comigo, com Santiago, com as minhas inquietações, com os meus demónios mas também com as minhas tranquilidades, com as bondades. No caminho tudo mudou, era a página da vida que me faltava preencher e aqui entre mim e ele, continuamos com nossa cumplicidade das lições aprendidas, vividas e aceites.
Road trip
Irina Marques
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