Movimentação de barulho e confusões,
não é propriamente o meu espaço,
lá, não consigo pensar, aprofundar,
discernir nem articular o que quero expressar.
Prefiro o silêncio,
dos meus pensamentos, a processar,
raciocinar, analisar e transformar,
para que me possa identificar.
Em confins fechada,
sem possibilidade de flutuações,
sinto-me programada, como que manipulada,
de criatividade e arte atrofiada.
Entre loops e repetições,
todos os dias os mesmos padrões,
gritar não está no meu poder,
ao antigamente não volto a retroceder.
Luto, com todas as forças,
busco a beleza nas mais pequenas coisas,
tentando confiar no olhar, no observar,
para lá me refugiar.
Invoco a minha imaginação,
da repetição sonoro tenho que fugir,
refugiar na fantasia do sonho e criação,
e por lá residir.
– Irina Marques
Este poema já havia sido publicado no blogue anterior, mas foi reformulado e adaptado ao momento presente.
Fotografia por Irina Marques
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