"A paredes estão caras, meu caro amigo(a)..."
Esta é uma frase que pode definir um tema de conversa entre artistas plásticos. Dou por mim aqui a raciocinar sozinha e a ter uma conversa íntima com outros colegas de profissão e público em geral. Para além de criarmos os nossos próprios trabalhos, formalizar escrita de suporte, promover das mais diversas formas possíveis e imaginárias, estudar, conhecer, aprender, todos os dias acrescentar mais conhecimento e aprofundamento sobre técnicas, sobre o mundo, sociedade, estarmos a par de todos os problemas, situações, compreensões e visualizações de outras formas - trabalho ingrato este hein? Quando apenas se vê o resultado final, quando alguém se espanta em ver um artista plástico numa livraria, biblioteca, café a adquirir ferramentas de trabalho. E, por ultimo, quando queremos expor o nosso trabalho e nos pedem uma pequena fortuna para exposição de três obras numa parede de dois metros onde podemos contar com três dias de exposição, divulgação do trabalho (que nunca é feito), promoção internacional (entenda-se, nas redes sociais) e constar numa revista que não tem relevância qualquer (e de acordo com as investigações que aprofundo, nem existe). Se ao menos tivesse a garantia que o trabalho da vossa parte fosse feito, ainda considerava, mas basta observar por breves situações para conseguir ver que não passa de um esquema para ludibriar os mais desprevenidos.
Agradeço o convite, cara instituição de arte cuja origem me parece suspeita e conheci na internet, mas as paredes estão caras hoje em dia... e para além de todo o trabalho que tenho, ainda não pago para trabalhar, estou quase lá mais ainda não o faço nem o farei, prefiro que a minha arte fique em casa guardada a ter que investir dinheiro para a vossa instituição.
Contudo, ainda existem outras instituições que valorizam a arte e os artistas é nelas, que pretendo expor, são elas que sabem que as tintas estão caras, o estudo que temos e formalizamos são importantes e não se "estão nas tintas" para esses assuntos e outros, de suma importância.
Que vida ingrata esta hein?
Atentamente,
Uma Artista Plástica
Comments