Com o tempo aprendes a identificar os teus momentos. Neste caso encontro-me a ter um período criativo muito acentuado o que significa que facilmente podes extrapolar coisas. Associares demasiadas ideias, ver coincidências em locais que não existem, criar infraestruturas para caíres em armadilhas do teu cérebro.
Não posso confiar totalmente no meu cérebro nestes períodos, daí escrevo. Há qualquer coisa de racional quando escrevo - a minha parte racional entra em acção e tudo o que creio ser de uma forma é desconstruído até ver as coisas reais.
A primeira coisa que tento fazer é desobedecer ao pensamentos predominantes no meu cérebro, sei que ele me leva a determinados caminhos que não são seguros percorrer - a imaginação torna-se demasiado fértil e há ali uma linha muito, muito ténue entre entrar de cabeça na irrealidade, portanto um travão é sempre necessário.
A segunda coisa a fazer é relaxar, depois desse travão é saber que tudo vai correr bem - relaxar, respirar fundo, meditar se necessário para a seguir, ter outros pensamentos - este ponto é muito importante. É contrariar totalmente o que o meu cérebro quer ver assim associo muitas outras coisas. Existe o caminho A e se for por o meu cérebro vou pelo caminho A e sigo até à falésia e atiro-me de cabeça, mas, com o relaxar e ter outros pensamentos é saber que existem bifurcações no caminho A e todas elas levam a outras localizações além dessa falésia.
Depois é só acreditar na escolha que fiz, que essa foi a escolha certa!
A imaginação é um campo fértil mas minado a qualquer momento podemos sem querer sair de lá magoados, portanto é sempre bom a percorrer com moderação. A espiral criativa suga-nos completamente. Qualquer coincidência ou associação por vezes podem-nos levar a locais perigosos, daí seja necessário mesmo dentro da fantasia que haja uma luzinha de realidade. Escreve e essa luz aparece - aí encontro a minha margem e a minha âncora e outras metáforas associadas.
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