"Nos dias que correm, apressados... quer-me parecer que já toda as pessoas sabem tudo. E eu? Eu não sei nada, de muita coisa. Estou em constante aprendizagem e gosto de conhecer, descobrir a saber, algo que não sabia anteriormente. Então, neste mundo de pessoas que sabem tudo sobre tudo, e sobretudo, pouco sabem, prefiro me manter na minha ignorância silenciosa - porque no fundo e digo isto sem qualquer pretensão, eu desconheço e esqueço muita coisa. Observo, como sempre o fiz, e falo, falo muito, falo até demais com as minhas criações de resto - silêncio ignorante. Envolvo-me com a tela como que apaixonada, constantemente, após um trabalho outro surgirá, é um romance sem fim. E não me vejo na reforma, é algo que pretendo fazer a vida toda, até onde a vida me permitir. Porque a paixão não se retira, cultiva-se para o resto da vida. Todos os dias apaixono-me mais um pouco pelo meu "trabalho", tenho sorte de poder dizer o meu "trabalho" é a minha paixão (ou uma das). E eu, que só sei falar do meu trabalho... sou um ser muito aborrecido."
Irina Marques
Exposição Comunicação Inquietante,
08.03.2023
Biblioteca Pública de Barcelos
Fotografia: Karina Menezes
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