Hoje li uma notícia interessante, daquelas que seleciono ler e entender, porque cada vez mais as notícias, jornais, televisão, redes sociais e afins comunicativos, são tendenciosos. E eu como não sou de seguir tendências nem estilos uso o meu sentido crítico e raciocínio para enfim, como se diz, pensar… e ser do contra, muitas das vezes.
Engraçado da questão é que já estava a escrever este texto quando me deparei com a notícia, então adaptei, algo que faço com alguma recorrência.
A dita notícia falava que os portugueses, cada vez mais, optam por sair do país porque os preços no Algarve começam a ser insustentáveis.
Durante grande parte da minha vida, o Algarve, foi o destino de eleição das férias dos meus pais, conheço esta região toda de uma ponta à outra, inclusive sítios que nem aparecem nas brochuras turísticas. Conheci algarvios e ainda conservo amizades de quando era bem jovem e foram ficando com os anos. O Algarve é, sem dúvida, um local agradável e bom para uns bons banhos, tendo em conta que a água possui uma temperatura aceitável para a maior parte dos corpos e, ao contrário do resto do país, faz sempre sol na altura das férias.
Mas meus amigos e caros leitores, o nosso vasto país, é muito mais que o Algarve! Até porque, a maior parte dos portugueses só se lembra desta região nas férias. O nosso país tem tanto para oferecer que até me deixa estupefata pelas noticias que leio…
Mas lá está, eu sou aquela “ovelha negra” que sempre que posso fujo às multidões e por isso, à muitos anos que o Algarve, de todo, não é o meu destino de férias de eleição, e tendo em conta que conheço Portugal de lés a lés, opto sem dúvida, por viajar e conhecer novas culturas, abrir horizontes e continuar a amplificar a mente.
Sou fascinada e encantada por locais que não conheço. Enquanto muita gente adora e quer ver locais civilizacionais, eu, por outro lado, gosto do selvagem e desconhecido. Lugares de paisagens estão nos meus tops de lugares preferidos: Escócia e Islândia, são lugares que um dia sonho visitar.
Mas os meus encantamentos e deslumbres passam também por culturas completamente diferentes da minha. A cultura árabe, para mim, tem qualquer coisa: o seu misticismo. Já tive o prazer de visitar a Turquia, a Tunísia e Marrocos - sempre com guias. Nos dois últimos casos, fiquei num resort, onde as visitas eram escassas e sempre apressadas. Na Tunísia, um dos dias mais marcantes foi quando apanhamos um táxi e fomos visitar, por nossa conta, sem guias, Hammamet.
Agora será a vez de Marrocos, mais especificamente Marraquexe, que pelas descrições mais positivas e negativas - atrai-me cada vez mais. Algo que me falaram muito quando visitei a Tunísia e Turquia foi que as mulheres eram olhadas de canto, postas de parte, tratadas de outra forma e muitas das vezes desrespeitadas. Nunca senti isso, sempre senti que os comerciantes e pessoas em geral sempre me acolheram bem, em nenhuma altura me senti discriminada. Obviamente que quando vou para estes locais sigo as suas regras, cobro os ombros e uso calções/saias abaixo do joelho - talvez essa já seja uma forma de mostrarmos que respeitamos o local onde nos encontramos e a sua cultura.
Este ano, devido ao meu querido bloqueio criativo que vai e vêm com certa frequência, fará muito bem ir ao encontro desta cultura, rica em cores, aromas, cheiros, vibrações, gentes, misticismo... E enquanto permanecer, resta-me apenas viajar nos sonhos e locais encantados que tive o prazer de frequentar. Por norma, quando vou de viagem, as minhas expectativas são sempre 0 ou negativas, é por isso que sou uma deslumbrada, tudo me surpreende!
(continua)
se calhar
Irina Marques
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