Histórias que se repetem, em outros critérios, muitas vezes já passaram.
Seguir em frente viver presente.
Momentos de memórias que não houveram, inúmeras ilusões afirmadas e reafirmadas, forjadas.
Palavras iguais, pensamentos semelhantes, seres errantes - o propósito. Tudo visto e revisto em qualquer lado, a novidade já passou à história, registou a memória do local - não frequentado - apenas observado por outro olhar.
Heis a Caixinha de Pandora!
[..] o trabalho de um pintor não é muito diferente do de um neurocientista. Em muitos aspetos, é maior aquilo que os une do que os separa. Assim, desde há milhares de anos que os pintores procuram gerar um suporte bidimensional e estático, como uma parede de rocha, ou uma tela, imagens que se assemelhem à sua experiencia preceptiva, rica e complexa, do mundo em que vivem. Para isso constroem uma linguagem pessoal, com gramatica própria baseada numa combinação mais ou menos complicada de padrões e formas, de cores e iluminância, cujo equivalente psicológico é o brilho. Os neurologistas, por seu turno, tomam o caminho inverso e tentam averiguar quais as regras, qual a gramatica interna que permite ao cérebro reconstituir "uma realidade subjetiva" do mundo visual que nos rodeia. Para isso, o cérebro, tal como o pintor, baseia-se unicamente numa sucessão de imagens bidimensionais que se projetam de forma continua nas nossas retinas, como se estas fossem uma espécie de tela. Pintor e neurocientista, arte e ciência, parecem estar assim a observar-se num espelho imaginário, enquanto exploram as regras da perspetiva, a cor, a forma, o movimento, o contraste etc.
- Neurobiólogo Luis Miguel Martínez Otero
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