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Foto do escritorIrina Marques

A figura humana - composições finais

Atualizado: 5 de jun. de 2023

O culminar da aprendizagem foi conseguir juntar todas estas "peças" anteriores e conseguir dar forma ao assunto. Não foi de um dia para o outro que lá cheguei, foram precisas duas semanas de alguns treinos e observações. Os desenhos, esses, não saíram prefeitos - a meu ver, nunca irão sair, pois há tanto sempre a aprender.


Seguiu-se então o desafio. Novamente haveria tempo para o desenho, desta vez um pouco mais. E claro está, o desenho nunca saí "o que se quer" mas sim, uma abordagem ilusória de linhas e composições.


A primeira imagem à qual dediquei um pouco mais de tempo foi uma figura solo, sentada. A ideia aqui não seria fazer detalhes como as mãos, pés ou cabeça, apenas "focar" no ser humano e sua posição. Foi um desenho de meia hora.


A segunda imagem, envolvia uma posição um pouco mais difícil e, em ambos os casos, muito havia a ser melhorado.


As figuras que se seguiram foram da minha escolha, algo sempre um pouco mais difícil, porque a ideia seria sempre a superação do desenho anterior.






A questão que envolve estes dos desenhos é algo que quis explorar que foi - a sua dramaticidade. Para mim a dança envolve muita expressão e, aliada a essa expressão encontram-se sentimentos e emoções, quis focar o movimento e a articulação entre duas pessoas.


Por último e com mais tempo e paciência peguei em temas que sempre me fascinaram, desde muito nova - a mitologia. E na altura, esculturas de dois dos meus artistas favoritos, clássicos, por sinal.


David de Michelangelo Buonarroti



O Rapto de Proserpina de Lorenzo Bernini


Num mês, foi um treino intensivo de linhas e de observações. De ver além da imagem porque toda ela é composta por muito mais que o olhar à primeira vista. Dentro do corpo humano trabalha muita coisa: a postura, o movimento, os gestos, a anatomia, o esqueleto, o pulsar das veias, peso, expressão... inúmeras coisas que não é possível enumerar todas.


Quanto às imagens e desenhos, todos eles contam uma história, por vezes o que é necessário, é nos interessar por essa mesma narrativa, algo que nem sempre é feito com sucesso.


Durante anos abandonei a figura humana, deixei de a desenhar e quando retomei fiz uma imagem muito pequena, que já não está na minha posse, pertence a uma coleção privada.




Nas minhas obras e desenhos sempre tentei superar mais um pouco daquilo que fiz anteriormente. Hoje em dia, já não desenho o corpo humano nos cânones clássicos, gosto de procurar o meu próprio estilo, as minhas próprias cores, os meus detalhes de composição. Gosto do dramatismo da figura, sempre gostei das cores e nos processos de luz sombra sou inspirada por Caravaggio mas não da abordagem da imagem. A forma como ele explora a luminosidade e a trás para a figura.


Possuo inúmeras inspirações, conforme referi, muitas passadas - em que aprendi com os grandes mestres, e outras presentes, de pequenos detalhes que capto num sítio ou noutro e misturo de forma a criar algo novo.


Irina Marques



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