"Time is never time at all You can never ever leave Without leaving a piece of youth
And our lives are forever changed We will never be the same The more you change, the less you feel"
Ainda dentro da temática dos 30 segundos e com as linhas de acção como pano de fundo, recentemente resolvi reformular alguns destes trabalhos criando algumas obra simples que conjugavam estas linhas de acção/força junto com bailarinas e malabares (recordações que possuo do tempo de juventude que foram boas de revisitar e reformular). Por vezes, possuímos uma visão muito turva sobre determinados períodos ou acontecimentos da nossa vida, e sim, eles vão-nos atormentar durante muito tempo, mas com tempo (aquele com que eu não me dou muito bem, o tempo) reformulamos, recriamos, brincamos e fazemos as pazes com eles.
Após o stress de desenhar as linhas de acção em 30 segundos passei para a demanda de 1 minuto. Os desenhos? Bem, esses não melhoraram, continuaram mal feitos com pouco detalhe e confusos. Mas o ter mais 30 segundos já ajudou bastante em algumas pequenas coisas (não detalhadas obviamente).
A nível das poses que apareciam eram demasiado aleatórias, tanto podia aparecer uma pose simples onde a capacidade visual tirava logo as linhas e postura como poderia aparecer uma bastante mais complexa em que antes da acção teria que planejar como a apresentar no espaço e como conseguir que ela tivesse interpretação, o que nem sempre foi bem sucedido.
O stress do tempo, continuava lá, sempre esteve presente mas algo me dizia: "a imagem já passou, não podes voltar atrás, larga e começa a nova imagem que te apareceu". Não me podia prender aos pormenores, foi uma boa lição para algumas coisas que se passam na vida. Quantas vezes ficamos tão ligados aos pormenores que nos esquecemos do panorama geral?
De seguida a estes desenhos de 1 minuto passei a um exercício deveras engraçado. Desenhar sem retirar o lápis da folha. O que me saiu?
Não sei... mas agora que olho, com o meu olhar de hoje faz lembrar uma qualquer tentativa de imitar Matisse sem saber que o estava a fazer na altura.
É engraçado voltar a ver os desenhos que fazia na altura, apesar de não serem perfeitos nem bem feitos, foram processos que foram necessários passar para chegar ao meu estilo de hoje. Foram muitas horas a desenhar, contornar, treinar, muitos erros mas também alguns acertos - como tudo na vida.
Após estes desenhos passei aos contornos e tentativa de volumetria.
(continua)
Verso retirado da letra da música Tonight, Tonight dos Smashing Pumpkins
Irina Marques
Comments