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Foto do escritorIrina Marques

A obra e suas mudanças acompanham a vida do criador

Sempre fui uma pessoa de fazer criações muito perfeitas, a tentar encontrar cânones de beleza, proporções, sentidos…


No momento em que me encontro necessito de algo diferente almejo fazer determinadas desconstruções em mim.


A pincelada que antes era perfeita, ou pelo menos, buscava a perfeição quer-se soltar, explorar a intensidade da tinta e ganhar vida. Sem rumo, sem direção apenas pelo simples prazer de produzir cor. 


Em algum local da minha mente algo me diz que “não deveria ser assim” mas com os aprofundamentos que tenho estudado ao longo dos anos e com as mudanças na idade e outras situações - a obra pede mudanças.


Ficar agarrada a um só estilo nunca foi o que eu quis, daí, determinados períodos corresponderam a mandalas, outros a abstrações, outros a figura humana… Na vida passamos por fases e etapas e o artista plástico com seu olhar apurado inspira-se em todas as pequenas coisas. Coisas que qualquer outra pessoa pode considerar banal.


Transformamos a tinta em palavras e descrições, contamos histórias de representações, iludimos e criamos ilusões (somos iludidos).


A obra por si só tem sua própria voz e reproduz-se na voz do observador. Tem significados e símbolos e compõe-se e agrega mais à medida que é observada. Pode parecer estática mas não o é - ela ganha diferentes narrativas ao longo dos dias, meses e até anos.


O observador que olhasse com atenção uma obra conseguiria perceber os traços característicos de quem a criou, ou pelo menos o período em que se encontrava - a obra, assim como o ser humano modifica-se no decorrer da vida do artista.


Diário de Bordo

Comunicação Inquietante


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