Hoje o meu dia começa com um pensamento, ou vários encadeados, como é costume... O pensamento em questão é o seguinte:
Ás vezes estás tão confortável na tua ilha que não te apetece sair de lá. Esqueces-te do mundo lá fora.
Tem-me acontecido com certa frequência, estar na zona de conforto e esquecer-me das coisas mais banais, como escrever neste blogue. Quando dou por mim passou um mês ou mais coisa menos coisa. Um facto - eu não sou escritora, não sinto a necessidade de escrever. E ás vezes é necessário um abalo de alguma amiga para voltarmos a interagir com o mundo - chamarem-nos á razão, diga-se.
Se eu pudesse contar as minhas histórias visualmente era o que eu faria sempre, encher este vasto blogue só com imagens e o observador que as decifrasse - heis o meu sonho.
Mas não, muitas das vezes, para fazer algum sentido... o mínimo que seja, tenho que tirar apontamentos, explicar processos criativos, o que me levou lá, como lá cheguei, como me encontro perdida. Tudo normal.
De momento - está a chegar o Natal - heis que preciso de produzir como uma fábrica. Entenda-se não é propriamente uma altura que seja muito criativa, vou ter uns mercados de arte e as minhas telas são apenas para mostruário levo pequenas peças mais divertidas para pequenas ofertas. Mas a produção destas peças não é algo muito criativo, é um pouco como repetir-se, fazer os mesmos padrões, os mesmos desenhos.
Sinceramente o que gosto na pintura é a liberdade criativa, saber que o meu próximo trabalho vai ser totalmente diferente do anterior e nunca saber o resultado final. Confesso que não faço muitos estudos de como vou criar uma obra, ela simplesmente aparece.
Através de determinados pormenores que criei na obra surgem novas ideias e daí novos quadros, o mais pequeno detalhe leva-me a voos longínquos imaginativos. Contemplo os voos e perco-me em detalhes traduzidos em obras.
Sou capaz de estar numa ilha, nem que seja deserta e ter sempre qualquer coisa com que me entreter, a minha imaginação não me abandona. Quando não é a imaginação é o tédio, que me provoca para trabalhar.
Gosto demasiado do que faço, não sei como explicar - trabalhar é a minha fonte de dopamina constante.
Comments