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Foto do escritorIrina Marques

Diário de Bordo

É cedo, e noutra circunstância qualquer saberias exactamente o que fazer - fazer o que tens feito nestes últimos meses. Mas não, hoje contrárias esse sentimento e pensas… pensar, algo que tens anestesiado nestes últimos tempos e começas a escrever o texto mais honesto que consegues. Pões a tocar aquele repertório de músicas que te fazem concentrar onde consta Vanessa Mae, Lindsey Stirling, Lord of the Dance, Apocalyptica, Habib Alberto, Hanine e onde consta outras pequenas musicas soltas como The Skye Boat song, The Sound of Silence, Mad World e Renaissance - pelo menos hoje, amanhã já não. Sentes que começas a escrever sobre um assunto e automaticamente começas a divagar para outro sem qualquer razão aparente, escreves o que sentes.


Preenches lacunas causadas nos últimos meses, como se essas lacunas fossem algo a ser preenchido. Prometeste que irias escrever todos os dias no início do ano, contudo, apenas escreveste quatro míseros textos, como sempre descontextualizados. Pegas em textos antigos e outros criados no momento e vais às páginas em branco desses dias sem escrever, começas a completar esses vazios.


“Como se alguém se interessasse pelo nosso ontem… As pessoas vivem com imensa pressa no presente e no futuro, pouco se interessam pelo ontem ou o antes de ontem - já esqueceram.”


O que acontece quando não trabalhas há algum tempo? É como sofresses de condensações - algo lá dentro morre um pouco mas no exterior aparentemente está tudo bem. 


Admites, és extremamente emotiva e sabes que tens explosões emocionais, que, também admites, cada vez mais estarem sobre controle. Sabes que estas emoções vêm de sentimentos que não consegues muito bem lidar, daí tão bem fugires, começares algo novo, recriares, partires para outra, adquirir novo conhecimento - para passado bem pouco tempo já estares farta. É uma constante - pouco fica, neste mundo de sobreposições, ficam as ruínas e mesmo essas não são permanentes. E então escreves, escreves este tipo de texto que mais parece que te lamentas ou que és utópica (e és).


Sempre fugiste de sentimentos que não sabes controlar e que preferes não os ter, daí constantemente procurares novos refúgios, novos locais, novos conhecimentos. Alguns sentimentos que não constam na panóplia de sentimentos são - inveja, ciúmes, cobiça - quando os tens escapas-lhes, foges-lhe, contornas e nunca os chegas a ter, daí não entenderes quem os tenha. Sempre foi a tua forma de lidar com essas emoções daí ninguém saber lidar contigo. Preferes que os outros estejam felizes então saís, escapas, deixas de querer saber.


“E no entretanto, divagas, sonhas, idealizas - escapas fugidiamente - as pessoas são interessantes, dizes mas sem saberes muito bem o que queres afirmar com isto.”

Rasgas a página deste pedaço de papel que escreveste e pensas “ninguém vai querer saber”. No fundo, lá escreveste mais coisas que não fazem qualquer sentido.


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