Admiro pessoas que conseguem fazer inúmeras coisas ao mesmo tempo e não perdem o foco coisas como: estar a escrever, ouvir barulhos, entretanto conversar, levantar-se para ir buscar água, fazer festas ao gato e ainda mais um número de coisas que não consigo descrever.
O meu cérebro bloqueia quando existem inúmeras situações à minha volta que requerem a minha atenção. Ou me foco demasiadamente em alguma coisa que estou a fazer, faço-a e concluo (ou deixo a meio mas isso são outro assuntos ligados à motivação) ou se tenho factores que me distraem deixo de fazer. Só consigo prestar atenção a uma coisa de cada vez.
Coisas como, ver um filme e alguém ao mesmo tempo estar a falar comigo - ou vejo o filme ou falo com a pessoa - as duas em simultâneo é impossível.
Esta condição vai levar ao meu grau de distração. Se estou a fazer várias coisas ao mesmo tempo, não termino nada e acabo poe me distrair com a ultima coisa que me prendeu a atenção. Digamos que o meu cérebro e o meu funcionamento está sempre à procura de estimulo, da novidade e facilmente perco interesse em algo que estive a fazer anteriormente - o que leva às coisas deixadas a meio.
Perco-me nos assuntos de ontem
e nas novidades de um hoje
almejo pela perfeição
encontro a desilusão.
Das conversas retiro as palavras
que me tocam e que me chocam
dos assuntos não os compreendo
porque me perdi no enredo.
Sinto a solidão da incompreensão
do que digo e do que fica por dizer
manifesto-me emocionalmente
no mundo do racionalmente.
Sou forasteira em busca do novo
que horas depois se torna habito
repulso o habito
busco, busco, busco o nada, o vazio.
Porque o que procuro
nunca encontro
sinto-me prisioneira
da minha própria imaginação.
O meu pensar deriva
de linha para linha
ponto para ponto
até as derivações
darem lugar às abstrações.
Derivações, acrílico sobre tela, 13.07.2021, por Irina Marques.
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