O processo da obra de arte que te encontras a trabalhar é bastante simples - dito por outras palavras, a base seria bastante simples.
Nunca fez o teu estilo trabalhar em colagens, nunca te identificaste, mas neste caso específico, faz todo o sentido. Sentido que assim o fosse.
Portanto, a base é bastante simples, arranjas vários jornais e começas a rasgar em pequenos pedaços as notícias de um ontem. À parte, num recipiente crias a argamassa que consiste em tinta acrílica junta com cola branca.
Notícias do passado, de um ontem que já ninguém se lembra. Rasgas em pequenos pedaços essas notícias.
O simbolismo de fazer uma obra, tudo aquilo que envolve, todas as metáforas e analogias, o próprio acto de criar - tudo tem um papel essencial.
Começas a colar um a um cada pedaço de papel rasgado e amassado, aos poucos foram algo - Amorfo.
Observas um pequeno pormenor, ao colocares os papéis um deles escorrega cai pela tela levando consigo um rasto de tinta e pensas derrocadas atrás de derrocadas, sentes pequenos tremores.
Artista plástico como vasilhame de emoções que tem voz numa criação qualquer.
A base é simples - tudo começa com pequenos recortes de um ou outro ontem. E os fios criados pela cola? São as ligas inexistentes no mundo de areia e pó.
Tentas explicar e descrever toda esta e mais alguma analogia mas assim que verbalizado ou escrito, perde o sentido - ao criares mais se vai compondo - e encontras novas analogias a obra é então algo em constante mutação. Tudo o que viste, tudo o que sentiste é transferido para a obra e cada vez mais ela obtêm a sua própria voz.
Acompanhas a tua criação com estas reflexões sem qualquer sentido.
Comunicação Inquietante
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